O TUATARA faz parte de uma linhagem que existe desde a época dos dinos!
Por : Maria Gabriela I Arte: Eric Codo
Parece, mas não é
Você vai olhar para o tuatara, de nome científico Sphenodon punctatus, e pensar: “Olha ali um lagarto!”. Mas aí é que está a questão, ele não é. O bichinho, no máximo, é um primo muito distante do lagarto. O “Tutu” é o único sobrevivente de uma ordem que vem seguindo desde a Era dos Dinossauros. Em seu material genético, já foram encontrados genes semelhantes aos de mamíferos e répteis.
Ordem que vem de longe
Quer saber mais sobre ele ser parente de um grupo pré-histórico, né? Pois bem! Você sabe o significado de ordem em biologia?
É um agrupamento de famílias com espécies que possuem muitas semelhanças em sua estrutura genética. O tuatara pertence à ordem Rhynchocephalia, que enfrentou a extinção dos dinossauros e foi seguindo de geração em geração até chegar à linhagem dele atualmente. Foi um caminho longo! Esse animalzinho é uma raridade, por isso estudá-lo é tão interessante para os cientistas.
Ficha do animal
Onde vive:
nas ilhas da Nova Zelândia
Tamanho:
adultos têm cerca de 0,5 metro
Alimentação:
principalmente invertebrados,
como besouros, centopeias e aranhas
Características e hábito:
a cor varia de verde-oliva a
marrom e vermelho-alaranjado.
Os adultos têm hábitos noturnos,
e os jovens, diurnos
Sossegado nas ilhas
Nessa viagem cronológica, o tuatara acabou ficando bem isolado no mundo, só há indivíduos dele em algumas ilhas da Nova Zelândia, país da Oceania. Mas isso tem uma explicação. Somente ao longo da costa da ilha Norte e em certas ilhas Marlborough Sounds, não há roedores e outros mamíferos que se alimentam dos ovos e dos filhotes tuataras.
Os progressos na reprodução em cativeiro do tuatara permitiram que ele fosse transferido para mais ilhas, já habitadas pela espécie no passado.
Características intrigantes
O tuatara adulto pode pesar até 1 quilo e meio. Suas cores mudam ao longo da vida, e ele também troca de pele. Não se assuste se vir uma casca de tuatara quando visitar as ilhas neozelandesas. Apesar de ser incomum para répteis, ele consegue viver em lugares frios. Claro que o nosso amigo procura um solzinho, mas fica de boa em sua toca quando o ventinho gelado bate. Os machos e as fêmeas são diferentes em tamanho, na biologia isso recebe o nome de dimorfismo sexual.
Ele é praticamente surdo, acredita? Suas cavidades auriculares são cobertas por uma capa de gordura, por isso só ouve ruídos. Porém, enxerga que é uma beleza: tem foco independente, retina dupla e visão noturna.
Longevidade que fala?
Por falar no casal, veja que interessante. Para chamar a atenção de seu par, o macho levanta a cabeça, evidenciando seus espinhos. É o famoso “gosta de aparecer”. E dá certo! Mas a família só aumenta a cada quatro anos, que é o intervalo que a fêmea leva para ter os “bebês tuatarinhas”. Eles se desenvolvem nos ovos durante cerca de 15 meses até eclodirem. O tempo passa devagar para o tuatara. Ele tem uma estimativa de vida de 60 anos, podendo ser estendida para cem anos! Isso mesmo que leu! Impressionante!