A inteligência artificial está mudando a nossa vida. Mas você sabe o que é isso?
Por: Sandro Miranda I Arte: Rafael Barsottelli e Freepik
IA e o supercérebro das máquinas
Inteligência artificial (IA) é uma área da Ciência da Computação que desenvolve softwares, programas com instruções capazes de imitar o comportamento e o pensamento humanos. É como se dessem um supercérebro para as máquinas, permitindo que realizassem tarefas – das mais simples, como acender as luzes de casa, até as mais complexas, como jogar xadrez e responder a perguntas.
Mais artificial do que inteligência...
O conceito de IA nasceu na década de 1950. O matemático inglês Alan Turing teve uma ideia brilhante: se uma máquina era capaz de resolver problemas e tomar decisões, ela poderia aprender mais e interagir. Ele inventou o Teste de Turing para avaliar até que ponto um computador poderia exibir comportamento inteligente equiparável ao dos seres humanos.
A partir daí, nas décadas seguintes, os cientistas desenvolveram os primeiros programas de IA. As máquinas ainda não eram tão espertas, mas estavam aprendendo. Com a explosão da internet e o desenvolvimento de ferramentas modernas, desde 2020, a IA se tornou poderosa em reconhecer imagens, entender falas e até em dirigir carros. Atualmente, empresas gigantescas, como Google, Facebook e Tesla, investem muito em inteligência artificial, para criar tecnologias que processam grandes volumes de dados em uma velocidade impressionante.
Inovações transformadoras
Assistentes virtuais, como a Siri e Alexa, ajudam as pessoas respondendo a perguntas, tocando músicas, exibindo vídeos, dizendo a previsão do tempo ou até contando piadas! Os chatbots também são assistentes virtuais, com mensagens prontas para o usuário tirar suas dúvidas quanto a serviços. Por isso, ele é usado principalmente por empresas.
Outro exemplo de criação da IA são os carros autônomos. Você acredita que alguns automóveis dirigem sozinhos? Eles possuem dispositivos que entendem o caminho, evitam obstáculos e levam você para onde quiser.
IA salvando vidas
Várias áreas são contempladas pela IA, e a Medicina é uma delas. Médicos identificam doenças e analisam exames rapidamente, melhorando o tratamento e a realização de cirurgias [No Como Funciona, você verá um exemplo bem legal disso]. No site Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, é informado que a IA pode ajudar na prevenção de surtos de doenças tropicais, com ações sendo tomadas após análises extensas de dados de pacientes e do meio ambiente. Esse recurso salva vidas.
Nova fronteira da tecnologia
Prestes a se formar em Ciência de Dados pela UniCarioca, João Pedro Bezerra da Rocha, 24 anos, membro da Igreja Batista do Méier, é fera em tecnologia. Ele explica um pouco como a inteligência artificial se tornou generativa. “Em 2010, surgiu a IA generativa, ou seja, com base em uma entrada de texto, imagem ou até mesmo voz, a máquina nos responderia de acordo com o entendimento dela”, explica o futuro cientista de dados. João afirma que a IA generativa ficou mais falada recentemente, com a explosão do ChatGPT, mas lembra que existem exemplos dessa tecnologia que chegaram alguns anos antes, como os chatbots mencionados nesta matéria. “Todos esses softwares são munidos de partes da IA, que nos servem e estão se tornando parte importante de nossa vida”, diz.
Biblioteca infinita
O Generative Pre-Trained Transformer (ChatGPT) é um tipo de chatbot, porém com capacidade de criar frases e textos em tempo real. O programa lê milhões de conteúdos da internet cruzando diversas informações. É como se ele tivesse uma biblioteca inesgotável. Surpreendente também foi o número de pessoas que o acessaram em sua estreia em 2022. Em apenas dois meses, a ferramenta de conversação possuía cem milhões de usuários.
Muitas questões foram pensadas diante dessa tecnologia. Uma delas é que, mesmo sendo um modelo de linguagem virtual extremamente eficiente, ele não é perfeito. É importante verificar as informações em outras fontes, como livros, sites oficiais e portais de educação.
ChatGPT: ajuda ou atrapalha?
Para a Profª Mônica Miranda, que leciona para turmas universitárias e possui uma vasta experiência em Audiovisual e Mídias Digitais, a ferramenta chegou para facilitar, mas precisa ser utilizada da forma correta. “O ChatGPT é um grande aliado quando você sabe o que pedir. Então, muitas vezes, as pessoas acham ruim, porque pensam que isso vai tirar o lugar de outros e que IA emburrece. Eu discordo. Sabendo utilizá-la, assim como todas as demais tecnologias, você só enriquece o aprendizado”, afirma.
Doutora em Psicanálise e Sociedade, Mônica acompanha a evolução das tecnologias e a maneira como as pessoas interagem com elas. A educadora, inclusive, leciona uma disciplina chamada Tecnologias Exponenciais da Comunicação, ensinando os alunos a utilizar o ChatGPT de maneira correta e proveitosa. “Vou usar como exemplo a trajetória do rádio no Brasil. Meus alunos pesquisaram no ChatGPT e depois confrontaram-no com os sites oficiais, para aprender a fazer pesquisa. Você pode utilizar qualquer inteligência artificial, desde que compare as informações, principalmente os conceitos, a história. Isso porque não dá para você não ter embasamento sobre aquele assunto. O robô [da IA] não substitui o ser humano. Precisamos ter o nosso lugar de fala e o nosso espaço cada vez mais conquistado”, defende.
Conversas robotizadas
No cinema, há vários exemplos de filmes que tratam o futuro da tecnologia, imaginando como será a convivência entre máquinas inteligentes e seres humanos. Mas já existem robôs que interagem com as pessoas ou as imitam. Um exemplo é a Sophia, um androide com IA avançada. Ela foi criada em 2016 pelo engenheiro de Robótica norte-americano David Hanson e causou alvoroço ao ser apresentada. A curiosidade para ver seus gestos faciais e o que falava foi grande. No entanto, é interessante ressaltar que a robô é capaz de aprender coletando dados em conversas, e suas habilidades não podem ser comparadas nem de longe com as humanas.
O robô Atlas deu o que falar também diante das piruetas que foi projetado para fazer. O humanoide era capaz até de pular obstáculos, fazendo parkour. Ele foi criado em 2016 por uma empresa dos Estados Unidos, porém há uma versão atualizada com movimentos mais precisos.
Tecnologia na sala de aula
Em uma época de tanta conectividade, cuidar da educação dos filhos é um desafio para muitos pais. Apesar disso, a publicitária Raphaela Barbosa, de 35 anos, faz um ótimo trabalho com a filha Júlia Barbosa, de dez anos. A menina está no último ano do Ensino Fundamental I, em um colégio na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro, que investe em tecnologia educacional. “Eles adotaram uma disciplina chamada Tecnologicamante, e a minha filha tem aproveitado bastante. Ela é uma excelente aluna”, orgulha-se Raphaela.
Escolas dispostas a oferecer ferramentas digitais para apoiar o processo de ensino-aprendizagem das crianças estão se tornando cada vez mais comuns no Brasil. A orientação dos educadores, complementada com a supervisão em casa, é essencial para a adaptação dos estudantes. E Julinha está curtindo essa novidade. “Gosto muito de ler livros, escrever, desenhar, pintar, fazer colagens. Minha mãe sempre me incentivou desde pequena. Também estou gostando de usar a inteligência artificial para aprender coisas novas, fazer pesquisas, conversar. É bem legal”, diz a menina, que tem rede social monitorada pela mãe.
Usando a IA com responsabilidade
Como criadoras e usuárias da tecnologia, as pessoas precisam ter sabedoria e responsabilidade. A Bíblia nos ajuda a entender a importância de usar dons e recursos de maneira ética e cuidadosa: Porque o Senhor dá a sabedoria, e da sua boca vem o conhecimento e o entendimento (Provérbios 2.6). A verdadeira sabedoria vem de Deus, por isso busque Sua orientação, inclusive no uso da tecnologia. Estamos combinados?
2 Comments
O livro é muito bom legal divertido
Agradecemos o comentário, Laura! Deus a abençoe!