Santarém é uma joia no Norte do Brasil repleta de riqueza natural e cultural
Por: Sandro Miranda | Arte: Stock Photo e Freepik
Povo santanero
Santarém pulsa no coração da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo. Localizada a oeste do Estado do Pará, a cidade foi fundada em 22 de junho de 1661, um século e meio após os portugueses chegarem às terras brasileiras. Por isso, é de esperar que tenha recebido muita gente de fora ao longo de sua história. Essas pessoas deixaram a marca cultural delas na região Norte do país. O povo santanero é composto por descendentes de indígenas, portugueses, estadunidenses e nordestinos. Atualmente, são 330 mil habitantes, de acordo com o último Censo Demográfico de 2022.
Que belo encontro!
Quem mora em Santarém convive com um clima equatorial, típico da Região Amazônica. Isso significa que faz um calorão quase o ano todo, mas há também uma grande quantidade de chuva. Por falar em natureza, as paisagens da cidade são de tirar o fôlego. Para começo de conversa, ela está situada entre os rios Tapajós e Amazonas, onde acontece um fenômeno incrível conhecido como encontro das águas. Nele, dá para ver nitidamente a água azul-esverdeada do Tapajós e a água barrenta do Amazonas, lado a lado, sem se misturarem. Uau!
Viagem inesquecível na gaiola
Há diversas maneiras de chegar a esse paraíso, incluindo o transporte por carro, ônibus ou por avião até a capital Belém. Mas, se você curte aventura, o ideal é percorrer o trajeto na gaiola – embarcação usada para o transporte de pessoas e mercadorias ao longo do rio Amazonas e de seus afluentes. O barco possui vários andares e confere aos passageiros uma vista privilegiada. E mais: é possível viajar deitado em uma rede.
Sabores locais
Chegando a Santarém, confira o Mercado Municipal. Nele, há artesanatos e comidas típicas da região, como o pato no tucupi – um prato que combina pato cozido com o caldo do tucupi e jambu –, e o tacacá, uma sopa feita com tucupi, camarões, jambu e goma de tapioca. Prefere as sobremesas? Então, prove o doce de cupuaçu com castanha-do-pará torrada e o bolo gelado de tapioca com coco. Mas nada de ser papa-chibé, viu?!
Papa-chibé é uma gíria típica da região Norte. É usada para designar alguém que come demais.
Caribe da Amazônia
Que tal passear na orla e admirar o pôr do sol? Devido às águas cristalinas do rio Tapajós, os mais de cem quilômetros de praias em Santarém parecem formar um mar, e não um rio. Um dos pontos mais apreciados fica na vila de Alter do Chão. Sua praia, de areias brancas, água azul-clarinha e morna, ganhou destaque na mídia internacional, no jornal britânico The Guardian, como uma das mais belas do mundo. Não é à toa que a localidade ficou conhecida como o Caribe da Amazônia ou Caribe Brasileiro.
Desbravando a floresta
Já pensou em adentrar em uma floresta? A Floresta Nacional do Tapajós (Flona) fica a oeste do Pará, no município de Belterra. Mas a cidade de Santarém é o principal centro urbano que interliga os meios de acesso à Unidade de Conservação. A Flona tem uma porção de cantinhos legais, como os igarapés. Quem faz trilhas vai gostar de se embrenhar no mato e desbravar a natureza. Caso visite o local, passe repelente e protetor solar, use roupas leves e preste atenção ao clima!
Igarapé é um pequeno rio em que se pode navegar, geralmente vem de rios maiores. Uma curiosidade: ele praticamente só existe na Bacia Amazônica.
O valor da História
Santarém não é composta só de cenários naturais. É interessante conhecer a história e a cultura desse local também. O Centro Cultural João Fona, por exemplo, abriga um conteúdo importantíssimo. O acervo desse museu reúne artesanatos e peças arqueológicas. É possível encontrar peixes fossilizados, fragmentos de cerâmica da arte indígena e coleção de moedas antigas. Construído de 1853 a 1868, o edifício já funcionou como prefeitura, salão do júri e até cadeia pública. Essa cidade amazônica não é o máximo? Vale a pena conhecê-la de pertinho!