Entenda como são as etapas da impressão de
um livro na gráfica
Por: Maria Gabriela I Arte: Eric Codo e Freepik
Gutenberg, “o cara”
Você vai à biblioteca da escola, e lá está ele na estante, só aguardando ser levado para casa. O livro, da maneira como conhece, surgiu nos anos de 1400. Uau! Bem antes do nascimento da sua tataravó! Johannes Gutenberg foi o responsável por essa evolução. Ele inventou a prensa de madeira de tipos móveis. Eles consistiam em peças em formato de letras que eram organizadas em uma forma (matriz), recebiam uma camada de tinta e depois eram pressionadas sobre o papel. Daí, o que estivesse escrito nelas era copiado várias vezes. Isso possibilitou mais livros existirem e mais pessoas lerem!
Você sabia?
O primeiro Livro Sagrado completo com divisões em capítulos e versículos foi a Bíblia de Genebra de 1560. Ela é uma influente tradução protestante para o inglês, anterior à versão King James.
Alguns séculos depois...
E agora, como o livro é feito? Antes de ser impresso, ele já foi selecionado por um editor, seu texto foi preparado e revisado, seu conteúdo ganhou uma aparência que agrada ao leitor e características definidas, como número de páginas, tipo de material a ser usado, formato do exemplar. Em seguida, a editora o manda para a gráfica. Lá, acontece a aprovação de cores, textura, brilho e o acabamento do livro (1). Após isso, é gerado um plotter (um único exemplar impresso) que serve para que possíveis errinhos sejam vistos e reparados.
Chapas modernas
Lembra da matriz de Gutenberg? Ela ainda existe, mas com outra cara. A mais recente começou a ser utilizada nos anos de 1990, com o formato Computer-to-plate (CTP) O quê?! Computador para a chapa, melhor em português, não é? Por meio desse sistema, é possível criar as matrizes (retratos das páginas da publicação) diretamente na chapa de alumínio, a laser. Assim, o processo fica muito mais ágil.
Antes dessa tecnologia, havia outra maneira de fazer a matriz. A gráfica recebia o arquivo e gravava cada caderno – conjunto de páginas, já com a dobra das páginas definida – em uma lâmina de alumínio em oito etapas. Com o novo formato em CTP, há menos desperdício de tinta e tempo, o processo é feito em somente três etapas. Desse modo, o arquivo do livro é agrupado página por página digitalmente e enviado à máquina (2). Vale destacar que um CTP imprime até 100 mil exemplares do livro. Caso a tiragem (quantidade de impressões) seja maior, é feita uma nova chapa para que não se perca a qualidade do material.
Impressão saindo do “forno”
Quando tudo está aprovado, é hora de imprimir as páginas dos livros (3). Nessa etapa, a matriz e o papel escolhido já estão na máquina, e os tubos de CMYK também. Oi? Essa sigla significa as cores ciano, magenta, amarelo e preto. A partir delas, outras tonalidades se formam. Depois, as páginas impressas passam pelo acabamento (4). Vão para uma máquina que corta e dobra as folhas e deixa os cadernos como devem ficar nos livros. Nesse momento, a capa é produzida pelo mesmo processo.
Os cadernos do livro são unidos por cola, grampos ou espirais para encadernação. Esse processo garante que o exemplar não se desmanche ou solte página (5). Há também a etapa de unir o miolo à capa. Outra máquina faz esse trabalho. Vale destacar a importância dos gráficos, porque em todas essas etapas, há a mão de obra de profissionais, não somente de máquinas. Por último, o livro é coberto pelo shrink, uma película de plástico protetora. Assim, ele está pronto para ser enviado para o depósito da editora, chegar às lojas e, consequentemente, às mãos dos leitores. Que trabalhão, né?