Conheça o pássaro que carrega o nome da nossa grande floresta
Por: Sandro Miranda I Arte: Eric Codo
Ficha do animal
Onde vive: Brasil, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Guianas
Tamanho: de 12 a 14cm
Alimentação: frutos e insetos
O que é? O que é?
Parece até aquela charada: o que é um pontinho colorido no meio da floresta Amazônica? A resposta, nesse caso, é um incrível pássaro conhecido como sete-cores-da-amazônia. Por menor que ele seja, medindo, em média, 13 centímetros e meio e pesando 19 gramas, é impossível não reconhecê-lo entre as árvores. Seu colorido chama atenção. A cabeça é verde-limão, o pescoço e as costas são pretos, e a área do uropígio, que recobre as vértebras caudais, vermelha brilhante. A garganta é roxa ou violeta, o peito e a barriga são azuis-turquesas, e as pernas e os pés cinza. O animal possui o bico e uma marca em volta dos olhos na cor preta. Uma explosão de cores!
Ele não é dançarino...
O sete-cores-da-amazônia também é chamado de saíra-paraíso, saixê, ou apenas sete-cores. Algo curioso é o seu nome científico: Tangara chilensis. Na língua indígena tupi, Tangara quer dizer dançarino, enquanto chilensis remete ao Chile, país da América do Sul. Fato é que sua denominação científica é um equívoco, que ocorreu nas primeiras análises da espécie, lá no século 19. Isso porque o sete-cores não dança e muito menos é encontrado no Chile. Mas não pense que ele vive apenas na nossa grande floresta. Apesar de ser mais encontrado no Brasil, a ave habita os demais países amazônicos, como a Venezuela, a Colômbia, o Equador, o Peru, a Bolívia e as Guianas.
...muito menos cantor!
Além de não ter habilidade para a dança, o canto está longe de ser um talento do nosso amiguinho. O som que emite se resume a um assobiar finíssimo, em sequências prolongadas, como um apito. Chega a parecer o guinchar de um sagui – um macaco silvestre. Porém, não é culpa do sete-cores ser desafinado, já que pássaros mais coloridos não são famosos pelos cantos melodiosos, pelo contrário. A espécie gosta de voar em bandos, de 4 a 10 integrantes, e faz uma barulheira nas árvores em busca de frutos e pequenos insetos. Algo que mais curte comer é o fruto da palmeira tropical, a pupunha.
Beleza igual
Machos e fêmeas não possuem diferenças no aspecto físico. Somente especialistas, que estudam o pássaro, conseguem diferenciá-los pela aparência. E quanto à reprodução? Para gerar novos exemplares, o sete-cores constrói seu ninho em forma de xícara, tendo como matéria-prima muito musgo e teia de aranha. O “papai” até ajuda um pouco, mas é a “mamãe” que faz a maior parte do serviço. São duas a três ninhadas por estação, ou seja, a reprodução ocorre com frequência. A fêmea sete-cores põe entre dois e quatro ovos na cor branco-esverdeada com manchas marrons e pretas. Daí, são 15 dias para os filhotinhos nascerem.
Morador da floresta
A ave gosta de ficar às margens das florestas tropicais, de preferência a menos de 500 metros acima do nível do mar. No entanto, já houve casos em que foram vistas acima de 1000 e até 1600 metros de altitudes, passeando próximo aos limites dos Andes. Mas uma coisa é certa: se um dia você se deparar com um sete-cores, nada de tentar levá-lo para casa, hein?! Apesar de sua população ser, atualmente, classificada pela União Internacional para a Conversação da Natureza (IUNC) como pouco preocupante, vale a pena frisar que ele foi criado para nascer e viver na floresta.