A história de Eli, o líder que guiou Israel com sabedoria, mas enfrentou grandes desafios familiares
Por: Maria Gabriela I Arte: Rafael Barsottelli
Líder em dobro
A história de Eli está descrita em 1 Samuel do capítulo 2 ao 4. Isso porque ela se entrelaça com a narrativa de Samuel. Eli foi um líder muito importante: era juiz e sumo sacerdote do povo de Deus ao mesmo tempo. Ele orientava as pessoas para que obedecessem ao Todo-Poderoso.
Arão foi o primeiro sumo sacerdote bíblico. Como esse cargo era transmitido de pai para filho, Eli era um descendente direto do irmão de Moisés.
Equilíbrio no governo
Como sacerdote, Eli cuidava do tabernáculo sendo responsável por todos os sacrifícios e serviços que eram oferecidos nele. Era nesse local que o povo adorava ao Altíssimo e a arca da Aliança estava guardada. Ela era um símbolo da presença do Senhor com Israel e carregava as tábuas dos Dez Mandamentos, o cajado usado por Arão e um vaso contendo maná.
Como juiz, Eli governava de forma justa. Isso significava equilibrar a fé em Deus com as decisões práticas de liderança. No entanto, ele enfrentou desafios em sua família que prejudicaram essa responsabilidade.
Todos os dias, o sumo sacerdote ia ao lugar santo do tabernáculo e queimava incenso no altar. Uma vez por ano, no Dia da Expiação, ele fazia sacrifício pelos pecados das pessoas.
A corrupção dos filhos
Eli tinha dois filhos, Hofni e Fineias, que eram sacerdotes, mas não seguiam os caminhos corretos do Senhor. Eram corruptos, desobedientes e faziam coisas erradas, como desrespeitar as ofertas sagradas e enganar o povo. Mesmo sabendo desse mau comportamento, Eli não foi firme o suficiente para corrigir os filhos ou afastá-los de suas funções. Isso mostrou uma grave fraqueza na liderança, pois ele não foi capaz de educar os seus herdeiros nem de lhes impor limites.
A alegria com Samuel
Enquanto os filhos de Eli pecavam contra Deus, um jovem chamado Samuel se dedicava a servir no tabernáculo desde pequeno. O sumo sacerdote foi quem abençoou Ana, a mãe de Samuel, quando ela fez um voto ao Senhor. Depois, foi o mentor do rapaz. Samuel se tornou um grande líder, mas Hofni e Fineias pagaram o preço por suas ações ruins: morreram em uma batalha contra os filisteus.
Perda de autoridade
Com o passar dos anos, Eli foi perdendo sua autoridade, e seu corpo também começou a enfraquecer. Mesmo assim, continuou no cargo, o que acabou sendo terrível para Israel. Em uma batalha contra os filisteus, os israelitas foram derrotados, e a arca da Aliança foi levada pelos inimigos. Ela foi parar em Asdode, no templo de Dagom, um deus adorado pelos filisteus. Quando isso ocorreu, o povo de Deus ficou desesperado, pois parecia que o Todo-Poderoso havia Se afastado dele.
Sua imagem é retratada como sendo metade homem, metade peixe. A estátua de Dagom caiu em frente à arca da Aliança duas vezes enquanto ela estava com os filisteus (1 Samuel 5.1-7).
Dedicação à obra
Já fragilizado fisicamente, Eli ficou ainda mais abalado quando recebeu duas péssimas notícias: a morte de seus filhos e a perda da arca. O espanto foi tanto que ele caiu da cadeira e faleceu. Esse foi o fim trágico de um líder que, apesar de suas boas intenções, falhou em aspectos familiares. Porém, não se pode esquecer seu legado: Eli esteve à frente de Israel, dedicando-se à obra divina, durante 40 anos. Além disso, ele ensinou Samuel a ser fiel a ela também, e este guiaria Israel para a renovação da fé.