Atento às sensações!
O sistema sensorial monitora tudo o que acontece dentro e fora do corpo!
Por: Sandro Miranda I Arte: Eric Codo
Conectados e alertas
A visão linda de um pôr do sol, o cheiro das flores, o som dos pássaros, o toque do cobertor macio, o sabor do suco refrescante... Você já se perguntou de onde vêm as sensações do corpo? Elas acontecem graças ao sistema sensorial, um conjunto de órgãos que consegue captar estímulos tanto do ambiente externo quanto do próprio corpo. Sua composição se dá por meio dos órgãos dos sentidos: olhos, boca, nariz, ouvidos e pele. Que timaço! Fala sério!
Fiscalização interna e externa
O corpo humano é dotado de receptores (células nervosas muito sensíveis) que são responsáveis por captar os estímulos. Os exteroceptores ficam na superfície externa do corpo ou próximo a ela. Eles observam tudo o que acontece fora do organismo, percebendo as informações que dizem respeito à audição, à visão, ao olfato, ao paladar, entre outros. Já os interoceptores ou viceroceptores ficam nos vasos sanguíneos, nos órgãos viscerais, nos músculos e no sistema nervoso. Cabe a eles acompanhar o que acontece no ambiente interno (dentro do corpo). Já os proprioceptores ficam nos músculos, nos tendões, nas articulações e na orelha interna. São eles que dão informações sobre a posição dos membros no que diz respeito a todo o corpo.
Receptores diversos
Os receptores do sentido também podem ser classificados de acordo com o estímulo que monitora. Existem vários tipos deles: os quimiorreceptores reconhecem substâncias químicas; os fotorreceptores captam a luz; os termorreceptores percebem os estímulos térmicos (temperatura); os mecanorreceptores detectam movimento, tensão e pressão; os fonorreceptores ficam ligados nos sons. Eles encaminham as informações percebidas para o sistema nervoso central, na forma de impulsos elétricos. Então, elas são processadas e transformadas em sensações. É nessa etapa que o organismo analisa se aquilo é bom ou ruim e decide o que fazer, dando a devida resposta.
Evitando o pior
É graças ao sistema sensorial que a gente consegue escapar do perigo. Por exemplo: se um alimento está estragado, o nariz sente aquele odor ruim e avisa ao cérebro que algo literalmente não está cheirando bem. Já a língua sente o azedo do alimento e informa esse sabor estranho ao cérebro. Sendo assim, ele alerta o corpo para não comer aquilo. Essas reações são rápidas, duram frações de segundos. O mesmo vale quando a pele detecta se a água do chuveiro está muito fria ou quente demais. Você já deve ter passado por isso!
Altamente sensível
Uma das reações mais comuns é tapar o nariz diante de um cheiro ruim, ou levar as mãos aos ouvidos quando há um barulho irritante. Nessas horas, o sistema nervoso já recebeu a informação dos órgãos sensoriais e está procurando reagir diante daquilo. No caso do som, os ouvidos possuem na região mais interna os mecanorreceptores, que percebem as vibrações. Se elas estiverem altas demais, haverá um impulso para baixar o volume ou sair de perto, pois isso atinge diretamente o cérebro e o impede de funcionar bem.
Avanço da Medicina
Em outubro de 2021, os cientistas David Julius e Ardem Patapoutian receberam o Prêmio Nobel de Medicina, por importantes estudos sobre o toque e a temperatura que o corpo sente. A descoberta está sendo usada para combater uma porção de doenças, incluindo aquelas que provocam dores crônicas. Ela ajuda a explicar melhor como sentimos calor, frio e estímulos mecânicos (como um beliscão, por exemplo). Um dos pontos principais da pesquisa foi analisar a queimação horrível que sentimos quando comemos pimenta malagueta. Os pesquisadores pegaram o composto responsável pela sua ardência, a capsaicina, e descobriram qual receptor do corpo a detecta. Como você pode ver, o sistema sensorial não é tão simples quanto parece e, ainda, há muito a ser desvendado sobre ele. Mas uma coisa é certa: sua ação é fundamental!