
Nem tudo é o que parece no ambiente digital
Você duvida? Venha saber mais com a TG!

O lado bom e ruim de estar sempre conectado
Aplicativos, canais de personagens, jogos on-line e redes sociais podem ser divertidos: dá para conversar com os amigos, ver conteúdos interessantes e até aprender sobre assuntos novos. Mas, como quase tudo na vida, há também um lado negativo. E até perigoso.
Crianças e adolescentes ainda estão aprendendo a lidar com as próprias emoções e com o mundo em geral. Por isso, nem sempre conseguem perceber as “armadilhas” por trás de uma tela brilhante.
Perigo para os kids
Quem navega na internet deixa pegadas digitais. Isso mesmo! Tudo o que a pessoa posta fica registrado. É como a marca deixada na areia – só que, no mundo virtual, o mar não apaga! Outra situação difícil que pode ocorrer nas redes é o cyberbullying, que são comentários intimidadores. Tais mensagens podem machucar tanto quanto uma agressão física. Infelizmente, há muitas pessoas sem amor ao próximo.
Exposição demais também não é legal. Postar fotos ou vídeos pode chamar atenção de gente mal-intencionada. Não é á toa que criaram o Projeto de Lei (PL) 2628/2022, que trata da segurança da criança e do adolescente na internet, restringindo, por exemplo, o uso de redes sociais para eles. Além disso, as medidas servirão para prevenir riscos da adultização infantil.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi instituído em julho de 1990. Nesse época, não havia a evolução da internet como é atualmente. Pelo PL 2628 proteger direitos e dar às famílias e educadores instrumentos para enfrentar desafios da era digital, ele está sendo chamado de ECA digital.
O que é adultização infantil?
Criança tem de ser criança: brincar, estudar, realizar atividades compatíveis com a idade. Na contramão disso, a adultização infantil é quando tentam fazer um pequenino parecer adulto, seja na forma de se vestir, de falar, seja na maneira de se comportar. Isso tem acontecido bastante na internet e pode ser extremamente danoso, porque rouba o tempo da infância e expõe meninos e meninas a situações que não deveriam viver ainda.
Longe do caminho mal
O Pr. Elder Cavalcante, da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Natal (Rio Grande do Norte), prega a Palavra há 25 anos e é pai de dois filhos: João e Filipe. Ele fala da importância de toda criança obedecer aos pais, pois eles são os maiores responsáveis pela proteção dos pequenos. “A Bíblia diz que, se o pai de família soubesse que horas viria o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Muitas vezes, o ladrão não está entrando fisicamente nos lares, mas por meio da parte ruim da internet”, alerta, citando Mateus, capítulo 24, versículo 43.

O Pr. Elder Cavalcante (IIGD de Natal): os pais devem proteger os filhos
Tela em excesso não dá!
Ficar no celular ou no computador por horas pode prejudicar o cérebro infantil. Uma pesquisa feita pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2023, mostrou que sete em cada dez crianças que passam muito tempo conectadas têm sintomas de depressão. O excesso de telas pode atrapalhar a memória, a atenção e até reduzir a inteligência. Além disso, dormir mal, ficar mais irritado e se sentir ansioso são efeitos bem comuns dessa prática.
Palavra de especialista
Para a psicóloga Raphaella Fróes, a exposição desmedida às redes sociais é prejudicial para o desenvolvimento de crianças e adolescentes. “Como consequência, podem vir à tona sentimentos de insuficiência, processos ansiosos e, em alguns casos, quadros depressivos”, afirma.
Por isso, segundo a Dra. Raphaella, é essencial reduzir o tempo no celular e preenchê-lo de outra forma. “Atividades, como práticas esportivas, artes, leitura, contato com a natureza, jogos coletivos e convivência familiar, fortalecem a autoestima e ampliam as possibilidades de experimentação saudável”, defende. Além disso, criar espaços de diálogo em que possam expressar sentimentos e refletir sobre suas experiências são maneiras de regular as emoções e contribuir para o desenvolvimento de relações reais e significativas.

A psicóloga Raphaella Fróes: a importância do tempo longe das telas realizando atividades saudáveis
Vá viver!
Ideias do que fazer longe das telas:
– Aprender a tocar violão, teclado ou outro instrumento.
– Ajudar em um trabalho voluntário na igreja.
– Fazer uma trilha ou um passeio em família.
– Brincar de queimada, pique-esconde ou amarelinha.
– Ler um bom livro de aventuras.
– Criar desenhos, histórias em quadrinhos ou artes manuais.
Brincar é importante demais para o desenvolvimento. É jogando, inventando histórias e explorando o mundo real que a criança descobre quem é, aprende a resolver problemas e cresce de um jeito saudável.
O off-line também é legal
A vida não é feita de curtidas e quantidade de visualizações, mas de momentos incríveis que vivemos fora da internet. Brincar, correr e se divertir com os amigos de verdade, isso, sim, deixa memórias inesquecíveis! A felicidade real está na troca de olhares e nas risadas que compartilhamos com quem amamos, na tranquilidade de uma leitura, na conexão de um abraço apertado ou no simples prazer de saborear um lanche sem pressa. Então, fica a dica: desconectar-se é um convite para redescobrir a beleza do mundo ao nosso redor.


