O gambá-da-Virgínia pode exalar um cheiro fétido e até se fingir de morto. Tem noção?
Por: Sandro Miranda I Arte: Eric Codo e Freepik
Ficha do animal
Onde vive:
América do Norte
Tamanho:
de 65 a 85 centímetros
Peso:
de 1 a 5 quilos
Alimentação:
insetos, escorpiões,
filhotes de aves, cobras,
frutas, ovos, carniça
Ele traça tudo!
O bichinho desta edição até que tem um nome científico de fácil leitura: Didelphis virginiana. Porém, para tudo ficar mais tranquilo, você pode chamá-lo de gambá-da-Virgínia. Ele tem o corpo de tamanho médio, coberto por uma pelagem densa que pode variar do cinza ao marrom. A barriga geralmente é mais clara. Sua cabeça é grande, com orelhas redondas, pretas e sem pelos, e o focinho alongado serve para procurar comida em todo canto, inclusive dentro das lixeiras. Eca! Por isso, esse animalzinho pode viver em diversos ambientes, como próximo às grandes cidades ou em florestas e pântanos.
Não tem moleza!
Algo que chama atenção na espécie é a cauda preênsil. Ela funciona como um quinto membro, ajudando na escalada e no equilíbrio. Outra característica do gambá-da-Virgínia é que ele é o único marsupial encontrado nos Estados Unidos e no Canadá. Marsupi... o quê? É o animal mamífero que carrega os filhotes dentro da “bolsa” que possui no abdômen, como o canguru. Os filhotes se desenvolvem por 13 dias na barriga da mamãe gambá e quase três meses dentro do marsúpio. Quando nascem, pesam de 13 a 16 gramas – menos do que uma folha de papel! Depois que crescem, ficam na longa cauda de 22 a 40 centímetros da fêmea ou nas costas dela.
No entanto, a mãe não os ajuda na subida... então, quem quiser chegar lá terá de se virar sozinho.
A sobrevivência do gambá-da-Virgínia começa assim que nasce. Ele precisa escalar o corpo da mãe a fim de ficar protegido. Quanto mais irmãos tiver, “pior” será, porque aumenta a disputa pelo espaço em uma área segura.
Modo paralisado ativado
Há animais que se impõem na natureza pela força bruta, outros pelo tamanho avantajado ou pela velocidade alucinante, certo? Mas e aqueles que não têm nada disso? É o caso do nosso amigo. Quando surge um predador, o gambá-da-Virgínia emite uns grunhidos, mostrando os dentes afiados (são 50), e baba bastante para tentar assustar o adversário. Enquanto ganha tempo, procura um local coberto de água, pois é um bom nadador. Caso não encontre, o jeito é apelar para o fedor. Ele excreta um líquido esverdeado e de péssimo cheiro que costuma atordoar o inimigo e facilitar a fuga. Ainda pode bancar o ator e se fingir de morto, tentando enganar os predadores.
Quando ameaçado, o gambá cai de lado, imóvel igual a uma estátua, com a língua pendurada para fora, enquanto prende a respiração para não ser descoberto.
Vida curtinha
O gambá-da-Virgínia, no ambiente selvagem, tem uma existência de 18 meses (um ano e meio) em média. Com sorte, chega aos três anos de idade, tempo que pode aumentar para sete anos, se for criado em cativeiro. Mas não é um bicho para ter em casa! Ele é caçado por causa da carne e do pelo. Seu maior predador é o ser humano. No entanto, é também ameaçado por cachorros, coiotes, raposas e linces. Coitado! O pequenino é importante para os ecossistemas, já que atua como controlador de pragas naturais. Além disso, auxilia na dispersão de sementes em diferentes locais.