Não se deixe enganar pela aparência de pelúcia dessa guerreira!
Por: Sandro Miranda I Arte: Eric Codo
Ficha do animal
Onde vive: Chile, Argentina, México e Estados Unidos
Tamanho: até 8 milímetros
Alimentação: pequenos insetos
e néctar
Não mexa com ela!
Você já deve ter ouvido falar na história de Davi e Golias. Essa narrativa bíblica, descrita em 1 Samuel 17, mostra um jovem pastor de ovelhas, o menor entre seus irmãos, derrubando um gigante. No mundo dos animais, podemos ver fatos parecidos com esse, sabia? Prova disso é a formiga-panda, conhecida cientificamente como Euspinolia ornatula. Do tamanho de um grão de feijão, a fêmea da espécie tem uma picada tão dolorosa (não chega a ser mortal) que é capaz de derrubar uma vaca!
Não é formiga, muito menos panda
Apesar de ter cara, corpo e pernas de formiga e, no caso das “meninas”, uma curiosa aparência do ursinho chinês (culpa dos pelinhos pretos e brancos), esse inseto é, na verdade, uma vespa! Sim, uma vespa sem asas, do tipo parasitoide. Ela pertence à família de mutilídeos, que possui mais de 4 mil e 200 espécies. Os machos costumam ter asas, e o corpo deles é maior do que o de suas companheiras. Eles gostam de sair à noite, ao contrário delas que são diurnas.
Projetada para a guerra
A espécie tem o corpo protegido por algo parecido com uma armadura, mas isso não tira a sua agilidade, deixando-a ainda mais agressiva. Seu resistente ferrão funciona como uma espada afiada capaz de ferir possíveis inimigos, o que inclui o ser humano. Imagine se deparar com alguma delas pela frente!
Intimidando o alvo!
Geralmente, a formiga-panda é silenciosa, chega de mansinho. Contudo, quando se sente ameaçada, ela emite sons agudos e vibrantes, conhecidos como estridulação. No caso dela, é quase um grito de guerra. Esse comportamento, visto em artrópodes (besouros, borboletas, aranhas, entre outros), acontece pelo atrito de uma parte rígida do corpo com outra.
Nascem fazendo arte...
Como já deu para perceber, a formiga-panda não é dos bichos mais sociáveis da natureza. Ainda assim, seu ciclo de reprodução é curioso: enquanto voam, os machos identificam as fêmeas que estão no solo e as erguem no ar para acasalar. Cada fêmea é capaz de gerar até dois mil ovos! Ela os deposita em ninhos de outros insetos, como abelhas ou vespas. Como se não bastasse o atrevimento, os filhotes já nascem aprontando também: quando estão na fase de larvas, eles se alimentam dos próprios hospedeiros. Que isso!