Descubra por que algumas escolas estão proibindo o uso do celular
Por: Sandro Miranda I Arte: Rafael Barsottelli e Freepik I Foto: Arquivo pessoal
Alerta de vibração
Imagine que você esteja na sala de aula com o celular ao seu lado. De repente, ele vibra indicando a chegada de uma nova mensagem. É quase irresistível a vontade de conferi-la na mesma hora, não é verdade? No intervalo, surge aquela curiosidade de checar as redes sociais para saber as novidades. Algo que parece comum e inofensivo. Porém, especialistas voltados à infância dizem que esse hábito pode prejudicar a aprendizagem e a saúde mental das crianças. Diante desse fato, uma nova discussão ganhou força nos últimos tempos: os celulares devem ou não ser proibidos nas escolas?
Desvio de uso
Desde a pandemia de Covid-19, a tecnologia se tornou ainda mais presente na educação. Assim, notebooks, tablets e smartphones ganharam espaço nas escolas, sendo utilizados para ajudar no processo ensino-aprendizagem. Com isso, ficou difícil controlar o acesso dos alunos às redes sociais e aos jogos on-line, principalmente nos celulares. Estando em mãos ou guardadinhos na mochila, eles podem atrapalhar na concentração. Pesquisadores da Universidade de Harvard* declararam que, com o decorrer do tempo, o uso descontrolado desse dispositivo pode afetar o aprendizado, a produtividade e até mesmo a forma como se ganha dinheiro na vida adulta.
Números que falam
O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), de 2022, divulgou que 65% dos alunos de 15 anos nas nações pesquisadas disseram que se distraem com o celular nas aulas de Matemática. No Brasil, os números ultrapassaram 80%, o equivalente a oito em cada dez estudantes. Além disso, 45% dos entrevistados contaram que ficam ansiosos quando não estão com o telefone. Preocupante, né?
Hora do silêncio, celular!
Diante das informações recentes, escolas públicas e particulares do Brasil estão dizendo “não” para os celulares. Um exemplo é o estado do Rio Grande do Norte. Lá, desde o dia 17 de janeiro, uma nova lei proíbe o uso de smartphones nas salas de aula. Os alunos só podem pegá-los se o professor permitir e se for ajudar em algo na aula. Por sua vez, no Rio de Janeiro, a situação está ainda mais séria. Estudantes da rede pública de ensino não podem mais usar o aparelho no colégio, nem mesmo durante os intervalos ou na hora do recreio.
E não pense que esse movimento está acontecendo só no Brasil. Segundo a Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)**, um em cada quatro países já não permite que os alunos usem o celular no ambiente escolar. Nações como, Finlândia, França e Holanda já impuseram medidas rigorosas, seja proibindo o uso de smartphones, seja estabelecendo regras específicas sobre a utilização do aparelho na escola. Em Bangladesh, por exemplo, nem os professores estão autorizados a pegar o aparelho durante as aulas.
Missão: foco total!
O uso do celular em sala de aula, para algo que não esteja relacionado ao aprendizado, pode representar um problemão. Pense no exemplo mencionado no início do texto. Quando os alunos mexem no aparelho em vez de prestar atenção à aula, eles não aprendem o que está sendo ensinado. E o que acontece depois? Não entendem a matéria. Se não aprendem, vão mal nas provas. Resultado: adeus conhecimento intelectual e férias!
Deve haver regras
Esse assunto vem sendo discutido há algum tempo na casa do George Thomas, de 11 anos. O menino só ganhou um smartphone de seu pai, o empresário George Luís, de 45 anos, depois de muita insistência e mediante um acordo entre eles. “Nós estabelecemos regras sobre horários de usar o aparelho e o que o nosso menino pode assistir ou não. É uma relação de confiança. Se ele descumprir o combinado, perderá o benefício na mesma hora”, explica o pai.
Thomas declara que agora se sente parte da turma, pois todos os seus amigos tinham um celular, menos ele. Sobre a proibição de usar o dispositivo dentro da sala de aula, o pré--adolescente diz que não vê problema nessa medida. “Eu entendo, porque é melhor para o aprendizado. E todos da minha turma sabem disso. A gente deixa o celular desligado, para não ser chamado à atenção pela professora”, afirma.
Recreio desplugado
Você deve estar se perguntando: “Por que proibir o celular na hora do recreio também?”. Pelo motivo de os alunos passarem esse tempo precioso focados somente em assistir a vídeos, jogar ou enviar mensagens. Esse intervalo é um momento importante também para fazer outras atividades, como socializar com outras pessoas, compartilhar e aprender a respeitar as diferenças.
Conselho de mestre
Entre os educadores, a maioria é contrária ao uso do celular em sala de aula, a menos que tenha uma finalidade específica, sob orientação do professor. De acordo com a pedagoga Neia Batista, 45 anos, quanto menos a criança ficar em frente ao celular, ao tablet, à TV ou a qualquer outra tela, melhor será para o seu desenvolvimento. “Os pais, mesmo contrariados, costumam baixar a guarda por insistência dos filhos, mas é importante conversar com eles e ensinar às crianças que há momentos apropriados e inapropriados para ficar com o celular na mão”, declara.
Buscando o equilíbrio
É fundamental que todo estudante encontre um equilíbrio saudável entre a tecnologia e a educação. A Bíblia nos mostra que há tempo para todas as coisas (Eclesiastes 3.1). Dentro da escola, é essencial focar no aprendizado, aproveitando a oportunidade de aprender algo novo. Então, agradeça a dádiva de poder se desenvolver tirando boas notas, interagindo com outras pessoas, sabendo se expressar e curtindo a vida real. A tecnologia é muito legal, mas é preciso saber utilizá-la. Por isso, passar um tempo ao ar livre, ler livros e conversar com os amigos é essencial.
8 Comments
Amo seu trabalho
É um trabalho primoroso mesmo, Nicoly! Agradecemos o comentário!
Eu queria conhecer a turma graça kids um beijo pra a aninha
Nossa turma é muito animada, viu, Ana Luiza! Se for do Rio de janeiro, venha nos visitar, sim. Deus a abençoe!
Muito bom o material
Olá, Jordão! Agradecemos o seu comentário! Deus o abençoe!
Ótimo trabalho educativo e divertido ao mesmo tempo!
Esse texto está fantástico mesmo. Que bom que curtiu! Deus o abençoe!