O juiz guerreiro que salvou Israel de maneira extraordinária
Por: Diego Fraguas e Maria Gabriela I Arte: Rafael Barsottelli
Mistério a ser revelado
Sangar foi o terceiro juiz no período dos juízes, após Eúde [caso tenha perdido a história desse personagem, acesse o site da Graça Kids e procure a matéria na aba Outras Edições]. Sua curta atuação é algo a ser investigado. Imagina por quê? O mistério é justamente por ter pouca informação sobre ele nas Escrituras Sagradas, que é resumida em um versículo do livro de Juízes: Depois dele, foi Sangar, filho de Anate, que feriu seiscentos homens dos filisteus com uma aguilhada de bois; e também ele libertou a Israel (Juízes 3.31).
Tempos difíceis
Israel teve 80 anos de paz, mas caiu novamente em um caminho tortuoso. Sangar viveu em um tempo de medo e insegurança. Mas essa informação quem nos fornece é a profetisa Débora, a sucessora dele: Nos dias de Sangar, filho de Anate, nos dias de Jael, cessaram os caminhos de se percorrerem; e os que andavam por veredas iam por caminhos torcidos (Juízes 5.6).
Outros caminhos?
É possível entender que as pessoas que iam pelas vias principais sofreram ataques provavelmente de gente má ou de povos inimigos dos israelitas. Isso porque a disputa pela região de Canaã era enorme. A Terra Prometida poderia ser tomada a qualquer momento, por isso precisava de um defensor.
Filho de Anate?
Naquela época, era comum os meninos receberem o nome do pai. No entanto, alguns estudiosos levantaram a hipótese de que a origem do nome do juiz tenha vindo da cidade cananeia Beit Anat, pertencente à tribo Naftali. Por isso, ele foi nomeado filho de Anate, que quer dizer, filho daquela localidade.
É uma das tribos de Israel e seu significado, em hebraico, é minha luta. Naftali ocupava o lado oriental da Galileia (logo ao lado ocidental do mar da Galileia), e fazia fronteira a oeste com a tribo de Aser. Sua cidade principal era Hazor. Nessa região, em torno do mar da Galileia, ficava a planície de Genesaré, considerada um “paraíso na Terra” por ser muito fértil.
Supercorajoso
Com uma aguilhada de boi, Sangar enfrentou centenas de soldados filisteus armados. Pode-se dizer que esse é um ato incrível, não é mesmo? Essa ação não apenas mostra a bravura daquele juiz, mas também sugere que ele possuía habilidades de combate e uma força excepcional, estando entre os grandes guerreiros bíblicos. Na posse de uma arma tão humilde, Sangar foi capaz de derrotar 600 homens e dar a vitória ao povo do Senhor.
É uma ferramenta agrícola antiga, usada para incentivar os bois a se moverem durante o arado ou transporte de cargas. Geralmente longa e pontiaguda, podia ser feita de madeira com uma ponta de metal. No contexto bíblico, Sangar transformou esse instrumento cotidiano em uma arma poderosa.
Reflexões de um herói
Embora a Bíblia forneça uma pequena parte da vida de Sangar, a trajetória dele é um testemunho poderoso do impacto que uma liderança corajosa pode ter. Diante de seu feito, somos lembrados da capacidade humana de superar adversidades com recursos aparentemente modestos. Seu exemplo reforça a ideia de que, com fé e coragem, é possível enfrentar e vencer gigantes.
