Saiba como um foguete deixa a Terra e entra em órbita
Por: Sandro Miranda I Arte: Eric Codo e Freepik
É um pássaro? Um avião?
Já imaginou viajar em direção a outros planetas? Incrível, não é mesmo? Tudo isso já é possível para os astronautas há algum tempo, graças ao foguete espacial. Essa estrutura leva algo ao espaço, como um ônibus, uma sonda ou um satélite espacial. Mas não pense que realizar esse trabalho seja fácil. Para ser lançado, um foguete precisa superar a força da gravidade agindo sobre ele, o que requer um enorme consumo de energia.
A gravidade é uma das forças fundamentais da natureza. No nosso planeta, por exemplo, é essa propriedade que faz tudo ser atraído para a superfície terrestre. É por isso que, ao cair da árvore, a maçã segue em direção ao chão. Sem a ação da gravidade, tudo estaria flutuando, inclusive você.
Isaac Newton é considerado um dos cientistas mais importantes da História. Seus estudos contribuíram para a Física, por meio das leis do movimento e da teoria da gravidade universal. Além disso, ele influenciou a Matemática ao criar um novo cálculo e fez avanços na área da Óptica, com o telescópio refletor.
Direto de Newton
Um foguete precisa atingir velocidade suficiente para sair da Terra e entrar em órbita. Como isso acontece? O princípio que envolve esse processo é baseado na terceira Lei do Movimento de Newton. Ela afirma que toda ação corresponde a uma reação de igual intensidade, mas que atua no sentido oposto. Ficou complicado para você? Calma que vamos simplificar tudinho!
Força que empurra
Para se mover para cima, o objeto espacial necessita de combustível e comburente, que podem ser líquidos ou sólidos. A queima dessas substâncias, na câmara de combustão, faz com que haja pressão em todos os sentidos. A pressão exercida nas paredes laterais opostas não produz força, pois a pressão de um lado e do outro se anulam. No entanto, a que ocorre na parte de cima da câmara, gera empuxo (força que empurra), pois não há pressão no lado de baixo, já que o foguete tem uma abertura em forma de bocal, como uma turbina.
Ação e reação
Mas onde aparece a terceira Lei do Movimento de Newton nessa história? Ora, a combustão expulsa os gases para baixo (ação), enquanto empurra o foguete para cima (reação). Entendeu? É por isso que ele precisa ser lançado na vertical, ou seja, em pé. Nessa hora, acontece uma grande fogueira e quem estiver assistindo ao evento no local, deve manter uma distância considerável. Caso contrário, pode virar churrasquinho por causa do calor intenso produzido. É quente mesmo!
Em órbita
O lançamento acontece por estágios, isto é, seções cilíndricas que, ao serem encaixadas no foguete, dão forma a ele. Esses estágios são dotados de motores, liberados durante o voo, para reduzir o peso do conjunto. Vale ressaltar que, após lançado, o foguete deve se inclinar para o lado a fim de entrar em órbita. Essa ação acontece, pois todo objeto em órbita está caindo na Terra. É como se o foguete voasse em direção ao contorno do planeta para não ser puxado para dentro dele, devido à ação da gravidade. Algo parecido com o que acontece com a Lua. A trajetória do foguete, no entanto, necessita de precisão. Caso contrário, pode resultar na destruição da máquina espacial.
Rápido como um foguete
Enquanto um automóvel de passeio atinge cerca de 200 quilômetros por hora, e um avião no ar chega a 850 quilômetros por hora, um foguete é capaz de alcançar a incrível velocidade de 28.440 quilômetros por hora.