Saiba como pequenos gestos podem transformar a vida dos bichinhos e de que maneira você pode fazer parte dessa missão
Por: Sandro Miranda | Arte: Freepik
Eles precisam de nós
Os animais podem ser classificados em: vertebrados, invertebrados, selvagens, domésticos, terrestres, aquáticos, entre outros. Eles nascem, desenvolvem-se, reproduzem-se e morrem. Mas esse ciclo vital, infelizmente, pode ser interrompido devido ao abandono e aos maus-tratos. Por não conseguirem se defender sozinhos, esses seres vivos precisam de amparo.
Animais têm direitos?
Proteger os animais não é apenas uma demonstração de generosidade, mas também uma ação necessária para o equilíbrio ecológico. Desse modo, é preciso cuidar dos bichinhos e garantir que os direitos deles sejam respeitados. Sim, eles têm direitos previstos em leis, como a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, proclamada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 1978.
Segunda chance para um campeão
O Pumba é um daqueles cachorros tão espertos que as pessoas pensam: “Só faltava falar!”. Carinhoso, ele ama correr atrás de bola e ganhar carinho na barriga. Quem o vê assim tão alegre nem imagina os maus bocados que sofreu no início de 2024, ao ser encontrado indefeso e faminto. No entanto, quando tudo parecia perdido, surgiu alguém que mudaria a vida do cãozinho para sempre, o empresário Edgard Mello Soares. “No começo do ano, fiz o resgate desse carinha. Eu me lembro de quando cheguei, e ele me olhou, não conseguia nem se levantar. Estava assustado, com fome, frio e, aparentemente, com dor!”, relata.
O caso aconteceu em Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Pumba estava pesando somente 26 quilos, bem menos do que um cão do seu porte deveria pesar. “O veterinário me falou que o motivo de ele não comer seria a falta de dentes”, recorda-se Edgard, com tristeza. O empresário revela que o cachorro precisou de quatro cirurgias, além de exames e medicamentos. A situação foi bem difícil!
Nas redes sociais, Edgar mobilizou amigos, parentes e conhecidos para dividirem os custos do cuidado. Em um grupo no WhatsApp chamado Auxílio Golden Pumba, pelo menos 12 contribuintes ajudaram nas despesas do cãozinho. Eles acompanham, por meio de fotos e vídeos, a evolução dele. “Deus colocou pessoas maravilhosas no meu caminho, para me ajudarem nessa missão. Nós arcamos com as vacinas, a alimentação, os remédios para circulação e para pulgas e carrapatos”, comemora Edgard, que conseguiu um lar definitivo para o animal.
Isso é crime!
De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), há cerca de 30 milhões de animais em situação de abandono no Brasil, sendo 20 milhões de cães e 10 milhões de gatos. Além disso, existem pessoas que maltratam os bichos. Isso inclui bater, machucar, explorar, caçar, traficar, deixar sem comida, prender em uma corrente por horas ou dias, usar como cobaia para experimentos científicos, entre outros atos de crueldade. É preciso ressaltar que toda ação que cause sofrimento físico ou psicológico aos animais é crime!
Um dos órgãos que fiscalizam o tráfico de animais selvagens é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Nele, existem departamentos responsáveis por resgatar os animais, traficados ou vendidos ilegalmente, reabilitá-los e, se possível, devolvê-los à natureza.
As leis que protegem os animais existem para prevenir abusos e garantir que os culpados sejam punidos. Porém, ainda é necessário haver mais fiscalização e rigor, a fim de assegurar que casos como o de Pumba não se repitam. Em vigor desde 2020, a Lei nº 14.064, conhecida como Lei Sansão, aumenta a pena de quem maltrata cães e gatos. O agressor pode pegar de dois a cinco anos de prisão. Essa legislação ganhou esse nome por causa de um cachorro da raça pitbull, que foi machucado gravemente. Porém, depois de resgatado, a história dele serviu como alerta para mais conscientização e respeito em relação aos animais.
Alguns canais de denúncia contra maus-tratos
Um trabalho precioso
Sabia que existem organizações não governamentais criadas com o intuito de ajudar cães e gatos abandonados? No Rio de Janeiro, a ONG Indefesos (@osindefesos) é um exemplo de projeto de proteção animal. Além de alimentar, cuidar e vacinar, a instituição promove feiras de adoção, para que os bichinhos resgatados tenham a chance de encontrar um novo lar.
A presidente da ONG, Rosana Guerra, começou a salvar cachorros e gatos ainda criança, com a ajuda da mãe. Formada em Química de Petróleo, ela abandonou a profissão para zelar pelos seres de quatro patas voluntariamente. “Deixei para trás o centro de pesquisas e passei a me dedicar, integralmente, ao mundo animal”, conta Rosana, que foi premiada com uma moção de congratulação pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro em 2020 e, em 2023, recebeu a medalha Chiquinha Gonzaga, na Câmara dos Vereadores, por seus serviços prestados em defesa dos animais.
Guarda responsável
Por falar nisso, você sente o desejo de adotar um animalzinho? Esse ato é louvável, mas precisa ser feito com muita responsabilidade. Antes de tomar essa decisão, é preciso ter conhecimento da chamada guarda responsável. Sabe o que isso significa? É quando o tutor se compromete a seguir um conjunto de práticas e comportamentos a fim de garantir as necessidades físicas e psicológicas dos bichos. Esse conceito é para que haja o reconhecimento de que animais não são objetos, e sim seres vivos que precisam de proteção ao longo da vida deles. Veja abaixo algumas dicas para ter um bichinho em casa:
– Antes de adotar, converse com seus pais sobre o assunto e vejam de quanto tempo, dinheiro e energia vocês dispõem.
– Escolha um animal que tenha a ver com o seu estilo de vida. Algumas raças e espécies podem exigir mais espaço, ou uma temperatura específica.
– Forneça alimentação adequada e água fresca todos os dias.
– Faça visitas regulares ao veterinário.
– Mantenha a vacinação do animal em dia.
– Dê carinho e atenção, afinal um pet é um companheiro para a vida!
O Ministério da Saúde oferece um gibi de conscientização sobre a guarda responsável de animais. Por meio de uma linguagem simples, com histórias em quadrinhos, a publicação mostra a maneira correta de as pessoas lidarem com os bichinhos.
Palavra da especialista
A veterinária Valéria Carneiro enfatiza a importância de educar as crianças sobre o cuidado com os animais e a responsabilidade que envolve a adoção. “Quando são orientadas, elas entendem que o animal não é um bicho de pelúcia, que vai ficar apenas enfeitando. Eles fazem sujeira, precisam de alimentação, cuidados com a saúde, vacinação, educação, espaço. Isso tudo tem a ver com o respeito pela vida do animalzinho desde pequeno e o carinho do qual ele necessita”, declara a especialista.
Pense no bem deles...
Existem animais que são proibidos de ter em casa, como: silvestres (tucano, mico-leão-dourado, capivara), exóticos (iguana-verde, cobra píton-birmanesa, primata lóris) e ameaçados de extinção (panda, rinoceronte-negro, tartaruga-de-couro). Portanto, ainda que você tenha dinheiro, espaço e queira muito, não é permitido, por não ser bom para eles viverem em cativeiro.
Uma forma de honrar a Deus
Desde a criação do mundo, Deus nos deu uma missão de cuidar da Terra e de tudo o que há nela. Em Gênesis 1.28, Ele disse para Adão e Eva dominarem os animais, mas isso não significa explorá-los ou maltratá-los. Essa ordenança está ligada ao respeito e à proteção. Afinal, se o próprio Criador zela por cada ser vivo, como descrito em Lucas 12.6, nós devemos fazer o mesmo.